De acordo com o IBGE, 90% das empresas no Brasil são familiares, incluindo uma infinidade de construtoras e incorporadoras entre elas. Para se ter uma ideia do que isso representa, juntos os negócios familiares equivalem a 65% do PIB e empregam 75% dos trabalhadores do País.
Já a Pesquisa Global de Empresas Familiares 2021, realizada pela consultoria PwC, traz as prioridades dessas empresas para os próximos anos, que são:
- 60% desejam expandir para novos mercados
- 58% querem aumentar o uso de tecnologias
- 53% pretendem melhorar recursos digitais
- 51% querem lançar novos produtos e serviços
Para que esses objetivos sejam alcançados é fundamental que a gestão dessas empresas seja profissionalizada. Isso passa por criar processos e rotinas em que o mérito se sobreponha a quaisquer outras questões e se consiga gerar entregas de valor.
Vamos entender melhor por que é importante profissionalizar empresa familiar, as etapas para fazer isso e como garantir a entrega de valor. Acompanhe!
Por que é preciso profissionalizar empresa familiar?
Antes de tudo, vale destacar um aspecto: frequentemente confunde-se o conceito de empresa familiar com o de pequena empresa, mas nem sempre é assim. Grandes organizações, como Magazine Luiza, Votorantim, Gerdau e JBS são controladas por famílias.
Na construção civil, as gigantes Cyrela, Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez também têm uma história alicerçada por famílias, sem contar as inúmeras empresas regionais que também foram fundadas e são comandadas pelo mesmo “sobrenome”.
Nesse sentido, quando falamos em profissionalizar empresa familiar, estamos nos referindo ao fato de que ela continua sendo, acima de tudo, um negócio.
É evidente que não há o menor problema em uma empresa ser gerida ou que haja membros da mesma família em cargos estratégicos – basta olharmos para as gigantes que citamos acima -, mas é preciso que a administração seja feita de forma impessoal.
Isto é, que o aspecto familiar não seja colocado no caminho do seu desenvolvimento e dos seus objetivos.
Isso impacta em benefícios importantes, como:
Maior longevidade do negócio
A profissionalização de empresas familiares envolve a definição de cargos e a profissionalização da companhia e das pessoas que fazem parte dela.
Isso traz mais solidez para a gestão dos negócios, aumentando as chances de que ele perdure por mais tempo.
Processos mais eficientes
Profissionalizar empresa familiar também passa por entender que é essencial contar com pessoas qualificadas, sobretudo nos cargos de liderança.
Muitas organizações com esse perfil pecam em tentar centralizar a gestão nas figuras da família, que nem sempre possuem a capacitação necessária para isso.
Quando a empresa foca na escolha de pessoas qualificadas para cada função, os processos se tornam mais eficientes, a gestão fica mais ágil e o negócio consegue crescer.
Leia mais: Gestão do Plano de Ação: 8 passos para garantir resultados
Melhor ambiente de trabalho
Ao adotar uma gestão profissional, a empresa deixa claro para todos que as pessoas serão escolhidas por suas capacidades e não com base em laços sanguíneos.
Isso é fundamental para passar uma mensagem clara de que ninguém será beneficiado em função da sua proximidade com A ou B.
Antes de começar: entenda os pontos em comum entre entregas de valor, cultura de resultados e gestão de performance
Esses três conceitos têm muito em comum, pois tratam, de forma resumida, do alinhamento entre os recursos disponíveis e o que os profissionais da empresa podem entregar dentro das suas capacidades.
Quando isso acontece, o negócio ganha eficiência. Seja para gerar entregas de valor, construir uma cultura de resultados ou implementar uma gestão de performance, é essencial definir e contar com métricas, dados e KPIs que permita fazer uma gestão mais completa sobre suas operações, resultados e estratégias.
Além disso, é importante ressaltar outro ponto em comum: a necessidade de uma comunicação clara e objetiva para garantir que todos entendam o que deve ser buscado, como fazer isso e qual a importância de conquistar esses objetivos.
Veja aqui se sua empresa está pronta para um gestão de alta performance.
5 etapas para profissionalizar o negócio da família e ter entregas de valor
1. Definir a cultura organizacional
A cultura organizacional é o primeiro passo para garantir os benefícios que citamos e garantir a imparcialidade na escolha dos profissionais.
A cultura servirá como guia para trazer pessoas alinhadas à visão e aos valores da organização.
2. Estabelecer como se dará a distribuição de lucros
Um problema recorrente em empresas familiares se dá justamente na distribuição de lucros. Em uma gestão profissional, o lucro não deve ser tratado como fonte de renda da família.
É preciso elaborar uma política de remuneração profissional e que não comprometa a saúde financeira da organização. Isso envolve a definição de pró-labore, do salários dos colaboradores e, se for o caso, das cotas dos acionistas.
Vale apontar que todos os familiares empregados na empresa devem ter remuneração condizente com o cargo que ocupam e sua qualificação profissional. Novamente, isso é importante para garantir a equidade e a imparcialidade no tratamento de todos.
3. Estipular cargos e funções
Para profissionalizar empresa familiar é necessário que as relações não entrem em conflito com os objetivos do negócio. Isso quer dizer que familiares só devem ser empregados se isso fizer sentido para as atividades para as quais foram designados.
Um setor de RH pode auxiliar na avaliação dos membros da família, de quais cargos fazem mais sentido e como é possível qualificá-los para essas funções.
Nesse sentido, um dos cargos mais importantes é o de CEO. Nem sempre o presidente deve ser alguém da família. Pode ser alguém do mercado, com mais experiência e capacitação.
É importante evitar a centralização da gestão pura e simplesmente por excesso de zelo com o negócio familiar.
4. Investir em ferramentas e tecnologias profissionais
A profissionalização da empresa familiar segue também nas suas rotinas. Quer dizer que é necessário definir metas, métricas, KPIs, processos, plano de negócios, entre outros pontos que citamos acima para gerar entregas de valor e chegar a gestão de alta performance.
Isso é essencial para garantir que as decisões e o planejamento de negócio sejam feitos com base em informações concretas da organização e do mercado, e não apenas em intuições ou na experiência dos membros da família.
Essa etapa também envolve, claro, o investimento em tecnologia. Ferramentas como CRM, ERP e dashboards personalizados são indispensáveis para manter a gestão em sintonia com as exigências do mercado e para otimizar todas as atividades.
Plataforma de gestão de projetos e planos de ação: conheça o Hinc
5. Determinar um plano de sucessão
Uma questão que gera conflitos em muitas empresas familiares, a sucessão deve ser muito bem pensada e tratada de forma profissional, e não emocional.
Em organizações maiores, esse processo é ainda mais importante, evitando a desconfiança do mercado e dos stakeholders em relação ao futuro dos negócios.
O plano sucessório deve ser traçado com bastante antecedência e a longo prazo. Se a gestão decidir manter o controle nas mãos da família, é preciso capacitar o sucessor para as funções que ele terá que assumir no futuro e garantir seu alinhamento com a missão e os valores do negócio. Precisa de uma uma solução especializada, que uma metodologia e tecnologia para ajudar sua incorporadora ou construtora familiar a estabelecer uma cultura de resultados e entregas de valor. Fale com os especialistas do Hinc!