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Como criar uma cultura de dados e ser data driven no planejamento na construção civil?

08.06.2022
planejamento construção civil

O mercado atual é movido por uma cultura de dados. Cada ação, cada interação, cada processo gera uma informação que pode ser coletada e analisada. E isso pode trazer insights valiosos para a criação de estratégias mais assertivas e precisas.

A cultura de dados busca uma transformação na mentalidade da empresa e das pessoas que fazem parte dela, colocando indicadores e métricas no centro das decisões. É o que chamamos de estratégia data-driven.

A seguir, entenda mais sobre esses conceitos, como adotá-los e como eles impactam no planejamento na construção civil. Acompanhe!

O que é uma cultura de dados?

Cultura de dados (ou estratégia data driven) se refere ao processo em que a tomada de decisões dentro da empresa é baseado na análise de dados (informações, métricas e indicadores), sejam eles sobre o próprio negócio, o mercado em que está inserido, o público, os concorrentes etc.

A cultura de dados surge em um contexto em que, para garantir melhores resultados, já não é possível basear as estratégias da organização apenas na intuição ou na experiência da equipe. Isso pode levar a erros que prejudicam os negócios, uma vez que esses “palpites” podem não estar de pleno acordo com a realidade da empresa.

Sendo assim, ser data-driven é fundamental sob a perspectiva da competitividade. É assim que será possível tomar decisões e criar estratégias sustentadas por dados reais, confiáveis e seguros, colocando a empresa à frente da concorrência ao:

  • Aperfeiçoar processos e operações;
  • Aproveitar melhor as oportunidades de negócios;
  • Compreender melhor o mercado e o público (comportamentos, hábitos, tendências);
  • Fazer análises preditivas;
  • Identificar gargalos e falhas;
  • Otimizar a gestão financeira.

Os desafios para ter uma cultura de dados no planejamento da construção civil

O setor da construção civil envolve práticas de gestão complexas, uma vez que tem que lidar com inúmeras variáveis das mais diferentes frentes: gestão de pessoas, compra e entrega de materiais, cumprimento de prazos, negociação de orçamentos, entendimento dos impactos de macro e microeconomia, influência de intempéries do tempo, etc.

E embora esse segmento tenha se aberto a inovações tecnológicas no que se refere à gestão de projetos – o que envolve o uso e gestão de dados -, é imprescindível que todas as demais áreas dessas empresas também adotem uma cultura de dados.

A grande questão é que tornar-se data drive no planejamento da construção civil exige muito esforço. Isso porque é necessário mudar e incutir uma nova mentalidade, transformando a cultura organizacional da empresa.

Ou seja, não basta apenas adotar novas ferramentas, é preciso que todas as pessoas e processos entendam a importância dos dados e os tenham como ponto de partida.

Dessa forma, o maior desafio quando falamos da cultura de dados no planejamento da construção civil é que construtoras e incorporadoras enxerguem seus negócios além das obras que devem ser entregues. 

É fundamental compreender a gestão empresarial como algo integral e integrado, e como cada decisão deve ser o mais alinhado possível com a realidade da organização.

Como ser data-driven no planejamento da construção civil?

A transformação das empresas para um modelo baseado na cultura de dados acontece em algumas etapas. Destacamos:

Definição de objetivos

É preciso definir os objetivos do uso de dados dentro da empresa. Eles serão usados para aperfeiçoar processos operacionais? Ou talvez para vender mais? Serão destinados a melhorar a gestão de obras? Ou a reduzir custos?

Essas metas devem ser definidas para cada uma das áreas da empresa, considerando o curto, o médio e o longo prazos.

Planejamento

Uma vez definidos os objetivos, deve-se pensar no que será necessário para alcançá-los. 

  • De onde e quais os dados serão coletados?
  • Quais ferramentas são necessárias para isso? 
  • E os investimentos em infraestrutura, como servidores ou armazenamento em nuvem? 
  • Como as informações coletadas serão trabalhadas? 
  • Como a mudança de cultura se dará de fato? 
  • Será preciso treinamentos?

Coleta de dados

Quando a empresa tem claros seus objetivos ao implementar a cultura de dados e se planejou para utilizá-la a seu favor, é hora de iniciar os trabalhos na prática.

Para isso, é preciso coletar os dados que foram considerados chave durante o planejamento, vasculhando as fontes (internas e externas) que foram identificadas como confiáveis e assertivas.

Nesta etapa, deve-se ter em mente que, hoje, a quantidade de informações geradas e disponíveis é extremamente volumosa. Sendo assim, é preciso que a coleta tenha critérios bem claros para trazer apenas aquilo que de fato sirva às estratégias da companhia.

Análise de dados

Este é o cerne da cultura de dados: a análise. Além dos critérios para seleção dos dados, é preciso contar com diretrizes para analisá-los com eficiência. 

Os dados coletados devem ser transformados em conhecimentos, gerando insights que ajudam a empresa a desenvolver estratégias.

Essas informações devem ser utilizadas para a geração de relatórios e gráficos que ajudem a entender como alcançar os objetivos desejados.

Estabelecimento de ações

A partir dos relatórios e os insights obtidos durante a análise dos dados, o passo seguinte é transformar os dados em ações para concretizar os resultados esperados.

Mensuração de resultados

Para saber se a análise de dados e as ações estipuladas estão dando resultados, é necessário acompanhá-las e mensurá-las.

Para esse acompanhamento, é fundamental contar com os chamados indicadores-chave de desempenho (KPI). Trata-se das métricas consideradas mais relevantes para cada área e que vão auxiliar na mensuração do sucesso de cada medida e na identificação dos pontos de melhoria.

Leia mais no Guia completo sobre cultura de performance: você só gerencia o que mede e só mede o que gerencia!

3 etapas para criar uma cultura data-driven e aproveitar seus benefícios

Agora que sabemos como uma empresa da construção civil pode – e deve – se tornar data-driven, vamos conhecer as etapas para criar uma cultura de dados. São 3 passos básicos:

Estruturação de dados

Para que a análise possa trazer os benefícios esperados, é preciso que os dados sejam estruturados.

Isto é, que sejam organizados de forma compreensível e utilizável, que estejam acessíveis e possam ser facilmente consultados e que estejam unificados em um mesmo ambiente e em uma mesma linguagem.

Além disso, é fundamental que essas informações possam ser compartilhadas com todas as equipes para facilitar a tomada de decisões.

Escolha das ferramentas

Para trazer mais agilidade aos processos orientados por dados, a empresa deve escolher as ferramentas com as quais trabalhará. 

Tecnologias como Inteligência Artificial, Business Analytics e Big Data são importantes aliadas para a criação de uma cultura que valorize e saiba utilizar os dados.

Ferramentas que contem com dashboards também são importantes para facilitar a análise visual dos dados, além de gerar relatórios, gráficos e outros recursos que auxiliem na gestão.

Capacitação profissional

Como vimos, a criação de uma cultura de dados passa diretamente pela mudança da mentalidade das pessoas. 

Para que isso seja possível, os profissionais devem ser capacitados e treinados para compreender, manipular e mensurar os dados em suas rotinas de trabalho.

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