A alocação de recursos financeiros não pode ocorrer às cegas. Quando um investimento é feito (seja ele próprio ou de investidores interessados) é preciso saber o quanto se obterá de retorno e, tão importante quanto, o tempo que levará para isso acontecer, por exemplo. E é justamente isso que o payback mede.
Essa é uma métrica muito importante na análise de viabilidade de projetos, assim como na avaliação dos riscos envolvidos. Quando ela é analisada em conjunto com outros índices, a empresa tem um cenário muito mais claro para se planejar e tomar decisões mais estratégicas.
A seguir, vamos entender mais sobre o payback e sua importância na construção civil. Boa leitura!
O que é payback?
Payback é o índice que demonstra o tempo que leva para que um investimento se pague. Sendo assim, trata-se de um indicador muito importante para a tomada de decisão e para dar mais clareza ao planejamento da empresa.
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Esse indicador tem relação direta com o fluxo de caixa, uma vez que, para saber quando um investimento trará retorno, é preciso ter uma projeção clara das receitas e despesas mês a mês.
É por isso que o payback deve ser frequentemente monitorado e recalculado. Qualquer mudança nas previsões de faturamento ou gasto podem alterar o tempo que levará para o negócio e seus investidores obterem o lucro esperado.
Como usar esse indicador na construção civil
Trazendo para o setor da construção civil, além do que já citamos, o payback também é fundamental para a análise de viabilidade de projetos. Isso porque ele indica o momento em que, consideradas todas as saídas do caixa, o lucro acumulado se iguala ao capital investido.
Isso o torna importante também para atrair investidores. Afinal, quem aporta recursos precisa ter uma noção clara não apenas de quanto ganhará, mas do tempo que levará para que isso aconteça.
Assim, tanto as construtoras quanto seus investidores conseguem avaliar melhor as oportunidades e, diante do cenário e das características do empreendimento, vale a pena esperar por esse retorno. Em alguns casos, uma demora excessiva pode comprometer o caixa da empresa.
Vale notar que o payback pode ser usado de outras formas. Além do tempo, o indicador também serve para mostrar o grau de risco de um investimento. Dependendo da situação do fluxo de caixa da empresa, o tempo estimado nos cálculos pode representar um risco que talvez não valha a pena correr.
Dessa forma, o indicador é um balizador importante para a tomada de decisão nas construtoras, ajudando a avaliar qual empreendimento deve ser priorizado. Mas há uma desvantagem no cálculo do payback que merece ser citada: o indicador não considera correções monetárias ou índices de referência (como inflação e taxa de juros). Então, sobretudo para projetos a longo prazo, o resultado apontado pode ser superficial.
Como calcular o payback da operação
Para que possa oferecer uma estimativa que seja o mais precisa possível, é preciso ter em mente que o payback deve permear todo o ciclo de vida do projeto. O cálculo é simples, assim como sua análise: um projeto será considerado viável quando o resultado for menor que o prazo desejado pela empresa.
Isso posto, a fórmula para cálculo do payback é a seguinte:
Payback = Valor do investimento inicial / Saldo do fluxo de caixa
Exemplo: o orçamento de um projeto é de R$ 100 mil; a receita mensal esperada é de R$ 5 mil; o tempo desejado para recuperação do investimento é de 2 anos.
Payback = 100.000 / 5.000
Payback = 20 meses (1 ano e 8 meses)
A conclusão, neste caso, é de que o projeto é altamente viável, uma vez que possui um tempo de retorno menor que o prazo esperado pela empresa. Vale dizer que o payback também pode ser calculado para embasar a escolha entre dois projetos. Para isso, basta fazer as mesmas contas e identificar aquele com menor tempo.
Importante: setores como a construção civil podem gerar receitas antes mesmo do prazo final do projeto. É o caso, por exemplo, da comercialização de unidades ainda na planta. Sendo assim, o payback será menor do que o resultado calculado considerando-se apenas a data de conclusão do projeto.
Como acompanhar indicadores financeiros da construtora?
Monitorar os principais indicadores financeiros é um passo essencial para que a empresa tenha uma noção mais clara da rentabilidade do seu negócio e da sua eficiência operacional. É a partir da análise dessas métricas que é possível identificar pontos de melhoria e comprovar o sucesso dos seus projetos. É nisso, aliás, que se baseia uma gestão de alta performance.
Sem esse acompanhamento, a empresa não tem clareza do que está funcionando, do que é rentável ou não e do retorno que poderá ser obtido em suas empreitadas. Assim, além do payback, indicadores como exposição de caixa, ROI, CAC, entre tantos outros, devem ser analisados em conjunto para ajudar na compreensão do panorama.
Em um setor com tantas variáveis e marcado pelo dinamismo, essa tarefa pode ser complexa. Felizmente, existem ferramentas que podem auxiliar e potencializar os resultados. É o caso, por exemplo, do Business Intelligence (BI). Essa tecnologia ajuda a reunir e centralizar os dados, facilitando a análise, interpretação e compreensão dos principais indicadores financeiros do negócio.
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